terça-feira, 1 de maio de 2012

Questões enviadas pelos alunos relacionadas aos textos

RAMIREZ, Artemio; WALTHER,  Joseph. B;  BURGOON, Judee. K; SUNNAFRANK, Michael. Information-Seeking Strategies, Uncertaint, and Computer-Mediated Communication  - Toward a Conceptual Model. Human Communication Research, 2002, (p. 213-228).

WESTERMAN, David; HEIDE, Brandon; KLEIN, Katherine; WALTHER, Joseph. How do people really seek information about others?: Information seeking across Internet and traditional communication channels. Journal of Computer-Mediated Communication, v.13, 2008 (p.751- 767).

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> No texto “How do people really seek information about others? (…)” os autores se surpreendem com o fato de os blogs não estarem entre os meios citados com maior frequência, na pesquisa feita, como local onde as pessoas buscam informações sobre os outros. Situação contrária tem os sites de redes sociais, especialmente o facebook, citados no texto. Nos blogs, apesar da existência de comentários, o que está mais em evidencia é os temas que o autor posta, enquanto em muitos sites de redes sociais há um maior nível de interação entre “autores” e “seguidores”. Esta característica daria um noção de menor autocontrole na redes sócias, o que poderia aumentar a noção de autenticidade no que lá é dito. Este poderia ser apontado como um dos motivos pelos quais, conforme mostrado pela pesquisa do texto, as pessoas buscam mais informações sobre as outros nas redes sociais do que nos blogs?  


> Walther e Parks, abordando sobre a incerteza da veracidade das informações em ambiente de CMC (p225 – Texto Information Seking (...), falam na busca de “conexões”. Em outras palavras, eles propõem uma maneira comparativa de veracidade das informações disponíveis na CMC e na Comunicação Face a Face. Esta conexão estaria acontecendo em uma CMC com uso de uma web cam? Que certezas de veracidade este conversa teria?

> É possível dizer, com base no modelo conceitual proposto pelos autores do texto de 2002, que quanto mais socialmente importante um relacionamento for para os objetivos de alguém, maior será seu empenho para reduzir as incertezas sobre esse "outro", criando e combinando estratégias de busca de informações?

> Será que a metáfora da mangueira larga (para representar o mundo off-line) e da mangueira estreita (para o mundo on-line), no artigo de 2008, é mesmo a melhor maneira de fazer esta relação? Será que o tempo de duração de cada um dos processos não vai estar mais relacionado a aquilo que se quer saber sobre alguém do que a toda a informação disponível sobre esta pessoa?

> Buscamos informações online sobre o outro, tentando encontrar semelhanças pessoais a fim de nos sentirmos dentro do padrão da normalidade e pertencendo à sociedade?

> Até que ponto a expansão das possibilidades em se obter informações sobre o outro, com o qual temos convívio off line, é benéfico para o relacionamento, já que instiga maior procura por informações, muitas vezes gerando monitoramento de um lado e do outro preocupação exacerbada com o gerenciamento de impressões?

> Entendendo o momento de “busca de informações” sobre o “outro-alvo” como um aspecto do processo de interação, como explicam Ramirez, Walther, Burgoon e Sunnafrank (2002), então a questão do anonimato merece ser problematizada, no cenário das interações online. Numa primeira fase (a de buscar informações), conforme afirmam Heide, Westerman, Klein e Walther (2008), os indivíduos optam pela não revelação das suas ações de busca – ou seja, preferem ficar anônimos. Já em outros momentos da interação – o de aproximação inicial, por exemplo -, a proposta é exatamente a de deixar o anonimato de lado e se mostrar/apresentar, tanto através de fotos, textos ou de comentários de amigos intencionalmente deixados no “mural”, como uma forma de gerenciamento de impressão. Tendo em vista os dois artigos, questionamos: a importância do anonimato, então, é relativizada, assumindo graus variados, em momentos distintos da interação entre duas partes, a depender do interesse dos interagentes, em cenários digitais/online?

> Ramirez, Walther, Burgoon e Sunnafrank (2002) propõem que as estratégias de “busca de informações” chamadas de extractive strategies representam uma manifestação típica do contexto digital, indisponíveis para as comunicações face a face. Para ilustrar, os autores citam mensagens e arquivos disponíveis em newsgroups e a busca eletrônica por publicações acerca do “outro-alvo”. Nesse sentido, questionamos: seria essa estratégia, de fato, uma particularidade das interações online ou apenas assumiram outros formatos, passando, portanto, por uma ressignificação?


> Segundo o texto de RAMIREZ, WALTHER, BURGOON e SUNNAFRANK, "as estratégias ativas envolvem a aquisição de informações de outros indivíduos mas sem a interação direta com o alvo. Essas estratégias englobam aquisição de conhecimento indireto, incluindo o uso de informações de terceiros". Isso significa que o cuidado com a reputação online está se tornando um ponto-chave para as mais diversas relações, uma vez que tanto as empresas irão selecionar seus futuros empregados, como um parceiro irá selecionar seu futuro relacionamento com base nessas estratégias? As pessoas/ profissionais que se preocuparem com sua buscabilidade terão vantagem sobre os "desavisados"?

> De acordo com o texto de Westerman, Van Der Heide, Klein e Walther, "os sites de redes sociais foram relatados como úteis para o aprendizado sobre todos os tipos de alvos". Desta forma, tenderemos a utilizar impressões socialmente desejáveis na construção de nossa "timeline" de uma forma cada vez mais estratégica, elaborando nossos discursos, nos associando a pessoas, expressando atitudes e, até mesmo, trablahndo nossa aparência física, com o objetivo de conseguirmos melhor colocação profissional, a adição de novos amigos e o aumento de nossa audiência? De que maneira isso afetará nosso self privado? Estaremos cada dia mais "reféns" de como gostaríamos de ser observado pelos outros?


> Segundo os autores, a comunicação mediada por computador, em relação ao contexto face a face, traria duas vantagens: a) algumas estratégias exclusivas; b) possibilidade de empregar estratégias de busca por informação durante a própria interação. Ainda de acordo com os autores, aspectos como armazenamento, visibilidade e possível navegação anônima, próprias da CMC, oferecem modos alternativos de busca por informação social que não envolvem a interação direta. Através de estratégias extrativas, os indivíduos acessam repositórios de informação social, tais como fóruns, chats e sites de redes sociais, para acessar os comentários e outras informações sobre o alvo social. Desta forma, durante a comunicação mediada por computador estaríamos realmente ‘nos comunicando’ ou ‘investigando’? E será que na interação face to face também não fazemos isto, ou seja, investigar, mas somente com estratégias diferentes? Talvez, na interação face a face, a diferença seria no tempo de resposta desta investigação? Ou então, será que tudo o que ‘encontramos’ nas redes sociais são informações verdadeiras?

> Uma vez que o aspecto abordado é a comunicação mediada pelo computador, o fator tecnologia está presente. Mas, as pessoas envolvidas nesta comunicação estão todas no mesmo patamar de entendimento do uso, benefício desta tecnologia? Será que o fato de um dos ‘agentes’ deste processo comunicacional apresentar uma ‘defasagem’ no aspecto tecnológico não compromete as impressões emitidas (given off) e as impressões transmitidas (given)?


> O texto "how do people really seek informtion about others?" trata da busca de informações sobre o outro e afirma  que essa busca influencia  no gerenciamento de impressão. Essa busca se dá através dos aplicativos na rede que, muitas vezes, rompem linhas tênues relacionas à ética. De que forma então podemos problematizar os limites da ética entre a busca de informações de quem não quer se revelar e os aplicativos que o revelam?

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