RAMIREZ,
Artemio; WALTHER, Joseph. B; BURGOON, Judee. K; SUNNAFRANK, Michael. Information-Seeking
Strategies, Uncertaint, and Computer-Mediated Communication - Toward a Conceptual Model. Human
Communication Research, 2002, (p. 213-228).
WESTERMAN, David; HEIDE, Brandon; KLEIN, Katherine; WALTHER, Joseph. How
do people really seek information about others?: Information seeking across
Internet and traditional communication channels. Journal of Computer-Mediated Communication,
v.13, 2008 (p.751- 767).
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> No texto
“How do people really seek information about others? (…)” os autores se
surpreendem com o fato de os blogs não estarem entre os meios citados com maior
frequência, na pesquisa feita, como local onde as pessoas buscam informações
sobre os outros. Situação contrária tem os sites de redes sociais,
especialmente o facebook, citados no
texto. Nos blogs, apesar da existência de comentários, o que está mais em
evidencia é os temas que o autor posta, enquanto em muitos sites de redes
sociais há um maior nível de interação entre “autores” e “seguidores”. Esta
característica daria um noção de menor autocontrole na redes sócias, o que
poderia aumentar a noção de autenticidade no que lá é dito. Este poderia ser
apontado como um dos motivos pelos quais, conforme mostrado pela pesquisa do
texto, as pessoas buscam mais informações sobre as outros nas redes sociais do
que nos blogs?
> Walther e Parks, abordando sobre a incerteza da
veracidade das informações em ambiente de CMC (p225 – Texto Information Seking
(...), falam na busca de “conexões”. Em outras palavras, eles propõem uma maneira
comparativa de veracidade das informações disponíveis na CMC e na Comunicação
Face a Face. Esta conexão estaria acontecendo em uma CMC com uso de uma web
cam? Que certezas de veracidade este conversa teria?
> É possível dizer, com base no modelo conceitual proposto pelos
autores do texto de 2002, que quanto mais socialmente importante um
relacionamento for para os objetivos de alguém, maior será seu empenho para
reduzir as incertezas sobre esse "outro", criando e combinando
estratégias de busca de informações?
> Será que a metáfora da mangueira larga (para representar o mundo
off-line) e da mangueira estreita (para o mundo on-line), no artigo de 2008, é
mesmo a melhor maneira de fazer esta relação? Será que o tempo de duração de
cada um dos processos não vai estar mais relacionado a aquilo que se quer saber
sobre alguém do que a toda a informação disponível sobre esta pessoa?
> Buscamos informações online sobre o outro, tentando
encontrar semelhanças pessoais a fim de nos sentirmos dentro do padrão da
normalidade e pertencendo à sociedade?
> Até que ponto a expansão das possibilidades em se obter
informações sobre o outro, com o qual temos convívio off line, é benéfico para
o relacionamento, já que instiga maior procura por informações, muitas vezes
gerando monitoramento de um lado e do outro preocupação exacerbada com o
gerenciamento de impressões?
> Entendendo o momento de “busca de informações” sobre o
“outro-alvo” como um aspecto do processo de interação, como explicam Ramirez,
Walther, Burgoon e Sunnafrank (2002), então a questão do anonimato merece ser
problematizada, no cenário das interações online. Numa primeira fase (a de
buscar informações), conforme afirmam Heide, Westerman, Klein e Walther (2008),
os indivíduos optam pela não revelação das suas ações de busca – ou seja, preferem
ficar anônimos. Já em outros momentos da interação – o de aproximação inicial,
por exemplo -, a proposta é exatamente a de deixar o anonimato de lado e se
mostrar/apresentar, tanto através de fotos, textos ou de comentários de amigos
intencionalmente deixados no “mural”, como uma forma de gerenciamento de
impressão. Tendo em vista os dois artigos, questionamos: a importância do
anonimato, então, é relativizada, assumindo graus variados, em momentos
distintos da interação entre duas partes, a depender do interesse dos
interagentes, em cenários digitais/online?
> Ramirez, Walther, Burgoon e Sunnafrank (2002) propõem que as
estratégias de “busca de informações” chamadas de extractive
strategies representam uma manifestação típica do contexto digital,
indisponíveis para as comunicações face a face. Para ilustrar, os autores citam
mensagens e arquivos disponíveis em newsgroups e a busca eletrônica por
publicações acerca do “outro-alvo”. Nesse sentido, questionamos: seria essa
estratégia, de fato, uma particularidade das interações online ou apenas
assumiram outros formatos, passando, portanto, por uma ressignificação?
> Segundo o texto de RAMIREZ, WALTHER, BURGOON e SUNNAFRANK, "as estratégias ativas envolvem a aquisição de informações de outros indivíduos mas sem a interação direta com o alvo. Essas estratégias englobam aquisição de conhecimento indireto, incluindo o uso de informações de terceiros". Isso significa que o cuidado com a reputação online está se tornando um ponto-chave para as mais diversas relações, uma vez que tanto as empresas irão selecionar seus futuros empregados, como um parceiro irá selecionar seu futuro relacionamento com base nessas estratégias? As pessoas/ profissionais que se preocuparem com sua buscabilidade terão vantagem sobre os "desavisados"?
> De acordo com o texto de Westerman, Van Der Heide, Klein e Walther, "os sites de redes sociais foram relatados como úteis para o aprendizado sobre todos os tipos de alvos". Desta forma, tenderemos a utilizar impressões socialmente desejáveis na construção de nossa "timeline" de uma forma cada vez mais estratégica, elaborando nossos discursos, nos associando a pessoas, expressando atitudes e, até mesmo, trablahndo nossa aparência física, com o objetivo de conseguirmos melhor colocação profissional, a adição de novos amigos e o aumento de nossa audiência? De que maneira isso afetará nosso self privado? Estaremos cada dia mais "reféns" de como gostaríamos de ser observado pelos outros?
> Segundo os autores, a comunicação mediada por computador, em relação ao contexto face a face, traria duas vantagens: a) algumas estratégias exclusivas; b) possibilidade de empregar estratégias de busca por informação durante a própria interação. Ainda de acordo com os autores, aspectos como armazenamento, visibilidade e possível navegação anônima, próprias da CMC, oferecem modos alternativos de busca por informação social que não envolvem a interação direta. Através de estratégias extrativas, os indivíduos acessam repositórios de informação social, tais como fóruns, chats e sites de redes sociais, para acessar os comentários e outras informações sobre o alvo social. Desta forma, durante a comunicação mediada por computador estaríamos realmente ‘nos comunicando’ ou ‘investigando’? E será que na interação face to face também não fazemos isto, ou seja, investigar, mas somente com estratégias diferentes? Talvez, na interação face a face, a diferença seria no tempo de resposta desta investigação? Ou então, será que tudo o que ‘encontramos’ nas redes sociais são informações verdadeiras?
> O texto "how do
people really seek informtion about others?" trata da busca de informações
sobre o outro e afirma que essa busca influencia no gerenciamento
de impressão. Essa busca se dá através dos aplicativos na rede que, muitas
vezes, rompem linhas tênues relacionas à ética. De que forma então
podemos problematizar os limites da ética entre a busca de
informações de quem não quer se revelar e os aplicativos que o revelam?
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