segunda-feira, 7 de maio de 2012

Questões enviadas pelos alunos relacionadas aos textos


O’HARA, Kieron; TUFFIELD, Mischa M.; SHADBOLT, Nigel. Lifelogging: Privacy and empowerment with Memories for Life. Identity in the Information Society, v.1, n. 1 2008 (p.155- 172).

D’AQUIN, Mathieu; ELAHI, Salman; MOTTA, Enrico. Personal Monitoring of Web Information Exchange: Toward Web Lifelogging. Web Science Conf. 2010, Raleigh, USA, 2010 (p. 1 - 7).

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Mesmo que existam ferramentas para controlar o fluxo de informações de um usuário(para dar-lhes a capacidade de acompanhar, memorizar e controlar a sua troca de informações), e gerenciar suas impressões; ainda há a pergunta para quê isso é necessário? Para quê é preciso controlar tanto o comportamento online e organizar as impressões com tal sorte de investimento pessoal? Qualquer resposta como proteção, privacidade, gratificações, ordens de sentido e pertencimento....enfim, qualquer representação de capital social é importante, mas também não se remete ao avesso, mantêm a lógica do sistema e cria iatrogênia, mesmo em relações face-face?

Segundo os textos, podemos ter uma caixa preta ‘da vida Web do usuário’( d’Aquin Elahi & Motta, 2010) - ou para uso pessoal, ou organizações de toda ordem, para monitoramento pessoal, gestão de informação pessoal ou privacidade – e ao mesmo tempo, será que é possível pensar em gerenciamento e privacidade no ambientes virtuais, quando pensamos na problematização do lifelogging (O’hara, Tuffield, Shadbold, 2008)?

Analisando a problemática sobre o conceito de publico X privado nas redes sociais e a explosão do volume de informações que circulam nestas novas mídias de relacionamento, a ideia de privacidade parece perder terreno, uma vez que ao ingressar numa rede social, o indivíduo assume um acordo tácito de exposição de sua vida pessoal em algum nível. Realmente, faz sentido discutir a questão da privacidade neste contexto?

De acordo com o que os autores D'aquin et. al. revelam (2010, p. 05), é possível que nós - como usuários da web - estejamos enviando frequentemente dados pessoais para sites desconhecidos involuntariamente (ou seja, não a partir de uma troca consciente de informações, mas através de um rastro deixado pela simples navegação via motores de busca)? E como fica o direito à privacidade neste caso?

A discussão sobre as expectativas de privacidade e a necessidade de regulação do acesso às informações não segue os mesmos caminhos da vida off-line, onde a utilização das ferramentas disponíveis pode trazer consequências boas e ruins? Afinal, a responsabilidade quanto ao uso da tecnologia não deve recair sempre sobre as pessoas? Não são elas (as pessoas) que enchem o mundo real ou virtual do melhor e do pior?

A privacidade, ou a falta dela, é alvo de preocupação há muito tempo, mas parece que a as interações digitais e os sistemas de lifelogging exacerbaram este problema. A partir disto, qual o caminho para repensar a noção de privacidade, já que as definições tradicionais não dão conta das novas questões?

Pensando no gerenciamento de impressão, de que forma o uso de sistemas de lifelogging, ao reunir e armazenar informações  passadas de um individuo, pode gerar um conflito entre auto apresentações em diferentes ambientes e em momentos distintos?

O’HARA, TUFFIELD e SHADBOLD, afirmam, no artigo em questão, que se torna claro, particularmente para o conceito de privacidade como uma condição de acesso restrito às informações sobre uma pessoa (Allen, 1998), que a verdade Durkheimiana - que é geralmente exibida nas redes sociais e particularmente no “social lifelogging” – ameaçará a privacidade. Nesse sentido, problematizamos: que privacidade é essa que ainda pode ser considerada, no contexto das interações digitais, especialmente a partir da discussão acerca do lifelogging? Mesmo os conceitos utilizados pelos autores não precisariam ser repensados?

No mesmo artigo, os autores afirmam que o surgimento das redes sociais pode ter minimizado o caráter instrumental da “verdade”. Dessa forma, questionamos: o que pode ser considerado como “verdade” em ambientes digitais – seja ela a verdade Weberiana ou a Durkheimiana?

O´Hara, Tuffield e Sahdbolt destacam a accountability como uma característica que pode ser potencializada com a possibilidade ilimitada de armazenamento de dados, aliada a ferraemntas de web semântica que possibilitem a catalogação e organização destes dados. Tendo isso em vista, quais seriam as consequências deste cenário para o sistema político? A possibilidade técnica de se ter uma maior accountbility é um fator que deverá fortalecer a transparência, a prestação de contas e, consequentemente, a democracia?

No paper "Personal monitoring of Web information exchange: towards web lifelogging", os autores pontuam que uma das propriedades mais interessantes da web é a possibilidade de acesso à informação independente do local onde a pessoa está. Este cenário, contudo, não encontraria limitações no domínio de determinados países e empresas sobrea a infraestrutura tecnológica da web?

Com o crescimento exacerbado de ferramentas para o monitoramento e resgate dos rastros alheios na internet, não seria interessante o planejamento governamental para o controle do que se pode rastrear, gerando maior privacidade e até ampliando a reflexão do papel do espaço privado na vida de cada um? Seria possível esta ferramenta?
A super publicização individual na rede estimula a diminuição da noção do espaço privado do outro, enquanto ato de respeito e proteção?
Será que é realmente importante considerar tanto a necessidade do auto-controle na web? Este não está sendo tratado além do que deveria ser? Será que daqui a cinco anos estaremos tão preocupados com o passado alheio ou o fato da facilidade em obtê-lo o tornará desinteressante?  

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