GEORGALOU, Mariza. "Pathfinding" Discourse of Self in Social Networks Sites. In TAIWO, Rotimi. Handbook of Research on Discourse Behavior and Digital Communication - Language Structures and Social Interaction. IGI Global, New York, 2010. (p. 39 - 62)
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Por André Neves e Gilberto Coelho
Sobre a autora: Mariza Georgalou é professora no Departamento de
Linguística e Língua Inglesa na Universidade de Lancaster desde outubro de
2009. Seu interesse de pesquisa perpassa pela linguística, estudos culturais e
mídia, juntamente com a sociologia com o objetivo de refletir sobre como a
identidade pessoal e social pode ser discursivamente gerada, reproduzida e
co-construída dentro através da Web 2.0.
Objetivos do capítulo: O texto tem o objetivo de discutir analisar a
construção da identidade a partir do entrecruzamento multi/interdisciplinar
entre os estudos lingüísticos, os estudos culturais, sociológicos e midiáticos.
A partir desse contexto, o trabalho objetiva entender como a identidade pode
ser discursivamente gerada, produzida e co-construída dentro dos sites de
relacionamentos a partir de um estudo de caso, o Pathfinding, um portal
grego que incorpora recursos de redes sociais.
Argumentação Central: A autora parte
do princípio de que a identidade nas Redes Sociais não existem no vazio,elas
estão “encarnadas”no discurso e estão subjacentes na linguagem. Parte ainda da
idéias de que os sites de rede social (SNS) constituem uma arena cultural que
dá origem aos processos de auto-apresentação (self-presentation)e gerenciamento
da impressão (BOYD, 2011).
Diante
disso a autora toma como dois princcípio para constituir a base que sustenta o
seu trabalho; Primeiro, as ideias de Cristal (2001) e Thorne (2008) que têm
pontuado que a internet não é apenas constituída de artefatos tecnológicos,
mas,sobretudo de um fato social que se situa no campo da linguagem. Segundo,
com base em Scollon ( 1997) a autora afirma que o discurso público e,
consequentemente, o discurso na internet, é reconhecido como constituinte de
identidade. Os modos de interação na Web 2.0 em geral e nas redes sociais, em
particular, formam concedidos num contexto ideal para a traformação
docotidiano, onde as práticas são traformadas, onde as pessoas alteram suas
ações e conectam com outras pessoas (Boyd & Elisson, 2007, p. 224). A
partir dessa base para desenvolvimento de sua pesquisa, Geargalou divide seu
trabalho e m quatro seções, na primeira ela faz um apresentação de um esquema
teórico para uma discussão a partir dos Estudos Culturais e da Sociologia; na
segunda, descreve o palno metodológico e descreve os processos envolvidos; na
terceira seção o estudo é dedicado à apresentação e interpretação da informação
e, por último, ela apresenta os resultados e aponta possibilidades de futuras
investigações.
O
perfil dos sites / das redes sociais Geargalou parte de uma definição de redes
sociais de Herring (2004) de que as SNSs pertencem ao tipo de produções
midiáticas digitais que é midiática e são distribuídas/disseminadas através da
internet. Segundo a autora, a partir desse
pensamento os sites de redes sociais estão definidos como serviços que
habilitam os usuários a: 1. criar um perfil público ou “semi-público” dentro de um sistema circunscrito; 2.
Articular uma lista de outros usuários com quem desejam uma conexo, o chamado
friendship”: 3. visualizar e acessar não apenas uma lista de conexões, mas
também aqueles que estão dentro do sistema. De acordo com essa definição o
primeiro site reconhecido foi o sixdegrees.com, lançado em 1997 e expirado em
2000. As SNSs, segundo Geargalou, abriram novas rotas para as práticas em rede,
pois são os usuários que determinam e modelam o serviço e o estilo. Os
sites/redes d relacionamentos atualmente tem como funções das páginas de perfil
informações como dat de nascimento, gênero, cidade, religião, filmes favoritos,
atividades. Contudo, os usuários podem definir o que pode ou não ser mostrado,
designar a aparência de sua página, adicionar gráficos, fotos músicas e vídeos.
O aplicativos tem aumentado a versatilidade das SNSs, de modo que o ímpeto de
construção de um site pessoal origem em vários aspectos. De acordo com o desejo
/ incentivo para criação de sites, a autora dividiu em 5 grupos:
Alpha socializers: Attention seekers: aqueles
que logam apenas para ver os comentários Followers: Aqueles que logam nas redes
sociais para ver o que seus companheiros Faithful: usuários UE buscam velhos
amigos de escola, universidade e trabalho; Funcional: usuários que usam as
redes sociais para uma proposta específica.
Network e o “self” A autora diz que a identidade pode ser amplamente
definida como o posicionamento de si (self) e do outro (Bucholtz & Hall,
2005). Para estabelecer uma diferença entre esse posicionamento,ela mostra o
posicionamento de Jekins(1996) que afirma as identidades se referem aos meios
pelos quais indivíduos e coletividades são distinguido de outros indivíduos e
coletivos em suas relações sociais.
“Methodological issues” Para a proposta da
pesquisa, a autora descreve sua metodologia usada para entender como se dá a
representação discursiva da identidade grega na era da Web 2.0. Ela descreve
suas estratégias de coletas de dados, a partir da observação e imersão diária
por 3 horas por dia para entender como se dão as extensões, limites, distinção
e relações internas entre seus componentes, como também para desenvolver o para
seu discurso pratica e idioma nomeia documentando qualquer observação e
invisível, a autora personalizou seu próprio perfil no Pathfinding para
se comunicar abertamente com usuários.
“The communicative setting of
pathfinding” The Designer’s perspective Georgalou diz que a conexão ADSL foi
lançada na Grécia em 2003, Para a proposta da pesquisa. Ela afirma ainda que o
típico usuário grego da Internet é do sexo masculino e apresenta uma faixa
etária de 30 a 35 anos, altamente educado e urbano.
O
Portal pathfinding , criado em 1997 e desde então tem se estabelecido como um
dos portais gregos de entretenimento, entretenimento e informação. Sua
popularidade é atribuída aos serviços e de acordo com necessidades e os
interesses combinando necessidades sociais com a funcionalidade social:
Messenger, email, chat, fan clubs, shopping, notícias, esporte. Esses são
exatamente os serviços que contribuem para a interação e “auto-expressão”
(self-expression). Georgalou informa ainda que o usuários do site apresentam
uma idade entre 18 e 44 anos e que 57% deles é de Atenas, 10% de Tessalônia e o
restante é de todo restante da Grécia e Cyprus. A partir dessa prévia noção das
funções do site ela aponta os seguintes elementos:
A
perspectiva do usuário Para analisar se o usuário do site faz uma atualização de suas
atividades na rede social, foi feito um questionário respondidos por 13 homens
e 11 mulheres, com idade entre 13 e 47 anos, de diferentes regiões da Grécia e
Ciprus.
First-person
Self Nesse
tópico, a autora, com base em Reisigl e Wodak (2001) faz a análise do perfil de
Sophia dizendo eu Sophia constrói um perfil com o desdobramento de uma figura
retórica de ironia como uma intensificação estratégica. Sophia cria, de forma
humorística, um lugar fictício com alusão às qualidades germânicas para Tarzan.
Cultural
Self Nesta
categoria Georgalou aponta para a análise da auto-descrição cultural no
panthfinder que inclui as seguintes enumerações: atividades favoritas, livros
favoritos, álbuns favoritos, filmes favoritos, interesses, meus blogs, minha
lista de desejos, meus clubes, meus sites favoritos e signos do zodíaco. Como
resposta, na lista de hobbies e hábitos, as atividades favoritas de Sophia são
resumidas em apenas uma palavra: você. Georgalou diz que a referência da
segunda pessoa do singular é dúbia e pode ilustrar uma matrix referencia os
seguintes significados:
a.
você = meu amado (exclusividade). b. Um amante em potencial, em geral homem
(parcialmente exclusivo) c. Você = todo leitor do meu perfil, blog, posts
O
“self” como ator social (Self as social actor) Nesse tópico a
autora analisa as escolhas dos aplicativos e das cores dos elementos que montam
o perfil na rede escolhidos por Sophia na construção do seu “profile”, e diz
que essas escolhas influenciam diretamente na auto apresentação na rede (self
presentation), uma vez que, com base em Koller(2008), esses elementos tem
função ideológica dos signos na formação social e no redirecionamento da
identidade.
Co-construction
of self A
redes sociais tem ressignificado a palavra “amigo” para conectar alguém a outro
que tem uma conexão online (Ofcom, 2008). Geargalou diz que, em sua pesquisa,
notou que todos os usuários do pathfinding podem enviar comentários para outros
sem que estejam necessariamente na sua lista de amigos. E, com base no perfil
de Sophia, ela percebeu seis outras apresentações (representaçõs) temáticas: 1.
Sophia como uma criança 2. Sophia como uma mulher sexy 3. Sophia como uma boa
amiga 4. Sophia como um “internáutica ativa” 5. Sophia como uma artista 6.
Sophia como uma patriota Geargalou analisa cada uma dessas temáticas no perfil
de Sophia e diz que, em geral, a co-construção de identidade chega a uma
identidade implícita que reivindica ser, sem dúvida, mais efetiva, esférica e
espontânea do que a que o mero “ego-orquestrado”.
Conclusão / Conclusion Com base na
análise etnográfica online do discurso, Geargalou diz que seu estudo buscou
delinear como os locais de redes sociais podem prover um foro moderno para
gerar, reforçar e disseminar aspectos de identidade social e pessoal; ela
afirma ainda que a popularidade do pathfinding (seu objeto) e seu uso
diverso, fazem dele um candidato ideal por analisar o valor e implicações do
fenômeno a partir de uma visão grega. Geargalou conclui sua análise, afirmando
que produzir e transmitir conteúdo em redes sociais pode ser um meio pelo qual
a identidade da pessoa, estilo de vida e suas relações sociais passam a ser
controladas, simultaneamente com a pessoa. Ela diz que as identidades não são auto-atualizadas,
mas constituem-se por interação com outros.
Ela afirma que poderia ser interessante
administrar o cruzamento dos Estudos culturais e linguisticos em perfis para
descobrir padrões semelhantes ou diferentes em narrativas da identidade. Também
poderia ser possível trabalhar com membros selecionados que têm perfis em mais
de um local de rede social e analisar como discursam sobre identidade e como
essas narrativas de identidade se apresentam.
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