SCHLENKER, Barry. Self-Presentation. In LEARY, Mark.; TANGNEY, June. Handbook of Self and Identity. The Guilford Press, New York, 2003 (p. 492 - 518).
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> O modelo Goals-Plan-Action defende a divisão entre dois tipos de metas, as primárias e as secundárias. Neste sentido, qual a articulação entre metas primárias e metas secundárias? De que maneira elas atuam no comportamento do indivíduo?
> O modo automático de autoapresentação (à Schlenker, p. 495) emerge com maior facilidade quando o indivíduo se encontra em condições habituais, com pessoas conhecidas ou desenvolvendo tarefas simples e triviais. "In such comfortable situations, automacity of self representation prevails, unless or until something happens that threatens the actor's image" (Schlenker, p. 495). Como esta afirmativa se articula com o conceito de FTA (face threatening acts) trazido por Metts e Grohskopf?
> Até que ponto a persuasão deve ser utilizada, uma vez que estamos sujeitos a um olhar mais apurado do outro?
> As técnicas devem ser utilizadas para ajudam a "melhorar" nossas habilidades ou para construir um "novo eu", mais "aceito" e mais propenso ao sucesso?
> No texto Self-Presentation, Schlenker demonstra o poder das audiências (reias ou imaginárias) para influenciar o que as pessoas pensam de si e como se apresentam. Contemporizando o contexto, o que se tem mais em conta para um comportamento: a audiência-interlocutora imediata da comunicação ou a audiência-anônima também parte da comunicação e também capaz de gerar recompensas? Qual o impacto para a self-presentation quando se alteram os padrões de comunicação de um-a-um para um-a-muitos ou para muitos-a-muitos?
> Em que medida os objetivos (goals), considerados por Metts e Grohskopf como fundamentais para o impulso do planejamento e que, por sua vez, tornam a ação possível, são tão conscientes para os envolvidos na interação social? Fazendo um link com os processos automáticos da self-presentation, não podemos agir intencionalmente para um objetivo mesmo não estando totalmente conscientes desse objetivo?
> Encenamos para que os outros nós vejam como gostariamos de ser?
> Somos representações de um "eu" que não é exatamente o que somos?
> Schlenker afirma que a auto-apresentação pode ser um processo controlado ou automático, tendo em vista o nível de consciência e processos cognitivos envolvidos. Nesse sentido, ao transpormos a ideia de self-presentation para os ambientes digitais, tais como os sites de redes sociais, em geral, estaríamos diante de apenas um desses processos - a auto-apresentação controlada? De que forma a auto-apresentação automática se manifestaria, nos sites de redes sociais?
> De acordo com o autor, não existe uma constância, nem linearidade no estabelecimento de uma determinada imagem do self, já que inúmeros fatores modificam a auto-apresentação, para que esta se adeque ao contexto em questão. Nesse sentido, questionamos: Não há uma tendência, nos ambientes digitais, de buscarmos uma espécie de unicidade e integração do processo de self-presentation? Ou seja, os indivíduos não tendem a se comportar de uma maneira similar, independentemente do ambiente - twitter, facebook etc - em que estejam inseridos?
> Diante de um cenário em que as pessoas buscam gerenciar impressões a todo custo, está se estabelecendo uma cultura do parecer autêntico? A autenticidade passou a ser mais valorizada como característica?
> Além da necessidade de coerência entre o virtual e real, também não está surgindo a necessidade de coerência nos diferentes ambientes reais, diante da vigilãncia imposta pelos dispositivos eletrônicos cada vez mais acessíveis e populares?
> O gerenciamento de impressões nas redes sociais online tem criado um cenário de apresentações cada vez mais racionais e menos susceptíveis a tons emocionais? A liberdade de revelar e extravasar emoções está mais restrita?
> Com uma preocupação cada vez maior com o gerenciamento de impressões, as redes sociais online tendem a se tornar um espaço mais de autopromoção do que de uma conversação mais orgânica?
> Aplicando às redes sociais, o gerenciamento de impressões repousaria na tentativa de controlar a reverberação de seu estar nesse espaço virtual – seja através de um avatar, um modo de agir e se expressar – de tal modo a legitimar seu lugar?
> O gerenciamento de impressões é, portanto, uma tentativa de o indivíduo legitimar sua participação em determinado espaço, físico ou virtual?
> No texto, Schlenker fala que na self-presentation há os “jogos humanos” - um (self) busca convencer o outro (self) sobre suas imagens. No entanto, segundo o autor, o que, realmente, está em jogo não é algo enganoso ou manipulador. E sim mostrar ao outro algo que se acredita ser seu verdadeiro. O autor fala ainda que diferentes estratégias de auto-apresentação estão relacionadas com diferentes tipos de audiências. E mais. Quando o autor distingue o self-expression do self-presentation ele afirma que a primeira é autêntica, espontânea e é própria do ator. Já a segunda é elaborada e influenciada por pressões sociais fora do ator. Mas, Schlenker afirma que a self-presentation não é consciente e se divide em automática e controlada. Essa separação de “self´s” sustenta-se na(s) rede(s) social(is)? Como se dá a atitude do indivíduo dentre da(s) rede(s) social(is): ele mantém o mesmo perfil do “real”; há um perfil do “real” diferente do perfil do “virtual”?
> Conforme dito no texto Impression Management: Goal, Strategies, And Skills, ao expandir a noção de “Face” de Goffmans, com a Politeness Theory, Brown and Levinson (1987) argüiram que o “Face” seria motivado por duas fundamentais necessidades humanas: “autonomia” e “validação”.
Tais necessidades seriam representadas como “Negative Face” e “Positive Face”. O fato de o “Negative Face” funcionar como uma espécie de desejo individual de ser autônomo, livre de imposições ou restrições, controlar o seu próprio território, posses, tempos, espaço e recursos, não o invalida diante de uma perspectiva interacionista?
> Abordando sobre os problemas da “auto-apresentação”, Schlenker nos lembra que os mesmos podem trazer riscos à saúde. Ele também afirmar que o public self opera transformações no private-self. O filme Beleza Americana (1999) mostra vários personagens se auto-apresentando de modo antagônico aos seus verdadeiros anseios ou realidades. Essa vontade de querer negar a sua própria condição, se apresentando como o seu contrário para se mostrar como superior, seria uma patologia do self?
> Com base nas pesquisas apontadas pelo autor, é correto considerar que o processo de auto-apresentação é exclusivamente consciente?
> Estímulos cognitivos variadas e simultaneos tendem a interferir nos processos de auto-apresentação. A partir do texto, reflita sobre esta afirmação.
> A partir das perspectivas da Análise do Discurso e da Retórica, seria possível associar o Self ao Ethos, que é entendido como o "caráter do orador"?
> O Gerenciamento de Impressões, na mesma perspectiva e também remetendo a retórica aristotélica, pode estar relacionado com o Pathos (ou o que Charaudeau chama de "efeitos pantêmicos") e que é aquilo que orador desperta na platéia? O Pathos seria, portanto, uma das formas de manifestar (ou o resultado da manifestação) do Self público?
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