sexta-feira, 20 de abril de 2012

Fichamento Autoapresentação e gerenciamento de impressões em redes sociais digitais 1/3

BARASH, Vladimir; DUCHENEAUT, Nicolas; ISAACS, Ellen; BELLOTTI, Victoria. Faceplant: Impression (Mis)management in Facebook Status Updates.

MARWICK, A.; BOYD, D. I tweet honestly, I tweet passionately: Twitter users, context collapse, and the imagined audience.

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ALICE E. MARWICK (twitter: @alicetiara) é pos doutoura pelo Departamento de Mídia, Cultura e Comunicação da Universidade de Nova York (2010) e pesquisadora na Microsoft Research New Englanda in Cambridge, MA.  Sua dissertação examinou como as pessoas usam as mídias sociais para aumentar o seu status, focando na divulgação de suas vidas, no processo de micro-celebridades e se apresentando como “marcas”. Alice se define no blog tiara.org como um entusiasta da internet de longa dada. No blog estão os seus pensamentos sobre softwares sociais, tecnologia, cultura pop e política, além de outros assuntos de seu interesse.

Veja uma entrevista com Alice Marwick durante a Conferência Livre de Cultura – 2008 (clique aqui!)

DANAH BOYD  (twitter: @zephoria) é pos doutoura pela School of Information (iSchool) na University of California-Berkeley), pesquisadora senior na Microsoft Research, professora assistente de Mídia, Cultura e Comunicação na New York University e pesquisadora visitante na Havard’s Berkman Centers. Suas pesquisas focam na observação de como os jovens usam as mídias sociais nas suas praticas diárias. Nos anos recentes Boyd estuda Twitter, blogging, sites de redes sociais e outras formas de mídias digitais.  A pesquisadora mantém o blog Zephoria.org, cuja proposta, numa livre tradução, é “fazer conexões onde previamente não existiam”.

Veja uma entrevista de Danah Boyd, veiculada pelo The Guardian, na qual ela fala sobre privacidade de jovens na internet (clique aqui!).

Objetivos: Este artigo investiga como os produtores de conteúdo navegam em “audiências imaginadas" no Twitter. As autoras conversaram com participantes que têm diferentes tipos de seguidores para compreender suas técnicas, incluindo a de focar em diferentes públicos, esconder assuntos, e manter a autenticidade.

Argumentação Central: As tecnologias das mídias sociais colapsam várias audiências em contextos individuais, o que torna difícil para as pessoas usar as mesmas técnicas on-line que elas fazem para lidar com a multiplicidade na conversa cara-a-cara. Algumas técnicas de gestão do público lembram as práticas de "micro-celebridade” e “marca pessoal”, ambas auto-promoção estratégica. Nosso modelo de audiência em rede assume uma comunicação de muitos para muitos através da qual indivíduos conceituam um público imaginado evocado através de seus tweets.

Tópico 1 –Imaginando a audiência on line
As tecnologias complicaram as metáforas de espaço, problematizando também a crença de que as audiências estavam separadas uma das outras.  Neste tópico é mencionado o trabalho inicial de Joshua Meyrowitiz, publicado em 1985 e intitulado No Sense of Place (Sem senso de lugar).
Na obra em questão, foi aplicada a teoria interacionista e teorizado que os meios eletrônicos (como rádio e TV), ao eliminar barreiras entre situações de separação social, haviam contribuído para as rápidas mudanças sócias do EUA nos anos 1960. Para as autoras de forma similar a Self-presentation theory (Teoria da Auto-Apresentação) tem sido utilizada para entender combinações de audiências através dos meios digitais.
O advento das “homepages” é exemplificado como um momento inicial das apresentações de identidade multimídia. Com base nos estudos de Papacharissi (2002), Sachau and Gilly (2003) e Robinson (2007), são descritas as características das homepages, como controle de self-presetation; a audiência indefinida; e a generalização, o que torna as homes mais isoladas do que os blogs que presumem contínua comunicação com a audiência. O caso dos “dating sites” (paginas de encontros) também é citado. As autoras consideram que neste tipo de mídia, as pessoas estão altamente conscientes da audiência. Citando Ellison et al (2006) elas lembram que os anúncios pessoais, nos “dating sites”, são construídos com alta dose de self-consciousness porque as pessoas sabem que serão examinadas por seus pretendentes.
Para Marwick e Boyd há algo de semelhante entre as redes sociais e os “dating sites”, quando os usuários marcam suas preferências, baseado na audiência imaginada de seus amigos e pares. Nesta vertente é mencionado o study of “taste cultures” (Estudo de gostos culturais) em sites de redes sociais, de Liu (2007), quando a autora diz que alguns participantes das redes listam suas preferências de filmes, músicas, programas de TV, etc, para transmitir prestigio, singularidade ou preferência estética.

Tópico 2 – Twitter
A parte inicial deste tópico apresenta o Twiiter ao leitor. São mencionados o perfil e as características desta rede social. A escrita até 140 caracteres; a pergunta inicial “What are you doing?” (O que você está fazendo?); a time-line; a possibilidade de postar fotos; etc. Depois é um brevíssimo relato de como a rede surgiu e cresceu. O serviço foi lançado em 2006, mas teve crescimento exponencial entre 2008-2009. Em maio de 2009, o Twitter tinha 18,2 milhões de usuários, um crescimento de 1.448% desde maio de 2008. As celebridades e pessoas públicas são as que possuem os maiores números de seguidores, como exemplo é citado o caso do presidente Barack Obama, do ator Ashton Kutcher e da cantora Britney Spears.

2.1 –Twiiter e audiência
Neste tópico é mencionada a desconexão entre seguidores e seguidos no Twitter, ou seja, não existe obrigação técnica de reciprocidade.  Alguns usuários são seguidos por centenas de milhares e seguem poucas dezenas. Vale ainda pontuar que o número de seguidores é uma audiência potencial. Não há garantias e nem pode-se esperar que todas as mensagens emitidas sejam lidas por todos os seguidores.
Uma forma de crescimento de números de seguidores no Twitter é através da retransmissão de mensagens (retwitting). Isto porque o ato pode introduzir os usuários a uma nova audiência. Vale salientar, no entanto, que as mensagens “retwittadas” podem ser alteradas, criando a possibilidade de perda de referência com a original.  Conforme lembram as autoras, é virtualmente impossível para os usuários saber quem é a sua audiência. Desta forma, sem conhecimento especifico dela os usuários a imaginam. 

Tópico 3 - Como usuários do Twitter imaginam audiências

3 .1 – Metodologia
Neste subtópico, Marwick e Boyd apresentam a metodologia da pesquisa para a produçaõ do artigo. Elas explicam que as questões da pesquisa foram feitas diretamente aos usuários do Twitter. Elas enviaram questões para os seus seguidores e para alguns usuários que estavam na timeline pública. Na pesquisa foram envolvidas 300 “most-followed accounts (249 total)” e usuários com 1.000-15.000 seguidores.
Primeiramente foram feitas duas perguntas:

·         “Quem você imagina lendo os seus twitts?”
·         “Você twitta para quem?”

Depois foi questionado:

·         O que faz um indivíduo ser autêntico no Twitter?
·         Sobre o que você não Twittaria?
·         Quais assuntos são inapropriados para o Twitter?

Após a publicação das perguntas, as pesquisadoras não tinham como avaliar quantas pessoas viram seus tweets. Elas anotaram que receberam 226 respostas de 181 usuários, através de Directy Messages – DM (Mensagens Diretas) ou de @replies. As respostas recebidas revelaram diferentes perspectivas de audiência.

3.2 – Pra quem eu estou falando?
Os informantes da pesquisa conceituaram sua audiência no Twitter de diversas e variadas maneiras. A maioria das repostas focaram em categorias abstratas de pessoas, como “amigos”. Alguns focaram em si próprios. 

·         I think I write to the people I follow and have twittered something recently. And I also tweet to myself. Is that wrong?

(Eu acho que eu escrvo para as pessoas que eu sigo e tenho twittado recentemente. E twitto pra mim também. Isso errado?)

·         I guess I’m tweeting to my friends, fans... and talking to myself.

(Eu acho que estou twittando para meus amigos, fãs... e falando comigo mesmo)

Diante das respostas, transcritas acima, aborda-se algumas questões. São mencionadas a dificuldade de singularizar a palavra “amigo” nas redes sociais e o costume das pessoas em imaginar o Twitter como uma rede social, onde eles podem comunicar com amigos pré-existente.
As pesquisadoras também observaram tipos diferentes de posicionamentos para quem os informantes que se referiram a si próprios como audiência. Para elas, alguns pensam no Twitter como um diário, onde eles podem gravar as suas vidas. Já outros, observam na rede social um serviço onde eles podem expressar opiniões sobre si próprios. O artigo observa, entretanto, que tais pessoas não estão twittando pra o nada. Eles têm seguidores e seguem outros, mas, a ênfase em si própria implica que estas pessoas não estão preocupadas com a reação das outras. De modo similar, alguns poucos viram a elaboração de tweets para uma audiência particular como problemática.

· when I tweet, I tweet honestly, I tweet passionately. Pure expression of my heart.

(quando eu twitto, eu twitto honestamente, eu twitto apaixonadamente. Pura expressão do meu coração)

             A partir deste ponto o texto discute acerca da questão da autenticidade. Neste ponto quando o usuário fala conscientemente para uma audiência é visto como “inautêntico”.  As autoras citam Grazian (2003) para lembrar que autenticidade também é uma construção social.
Outros que responderam as questões sugeriram que as concepções de audiência dependem do Twitter. Para as autoras, quem observa dessa forma imagina o Twitter como um meio, igual ao telefone ou e-mail, o qual pode ser usado para diferentes propósitos. No entanto, elas estabelecem diferenças chamando atenção para o fato de que um típico e-mail (assim como o telefone - grifo nosso) é uma comunicação com uma audiência articulada, com uso particular e o Twitter é preliminarmente público.

3.2 - Audiências estratégicas
Marwick e Boyd iniciam este subtopico lembrando que, em contraste com noções gerais de audiências imaginadas, os usuários do Twitter possuem número de seguidores específicos. Alguns são seguidos por amigos, familiares e colegas de trabalho, já outros chegam a ter 100.000 seguidores. Esta quantidade sugere uma base de fãs ou comunidade que eles podem gerenciar.
O artigo destaca as estratégias de micro-celebridades, descritas por Senft (2008) como uma técnica de comunicação que envolve as pessoas e amplia sua popularidade na web através de vídeos, blogs e redes sociais. As autoras então pontuam que “micro-celebridade” implica que todos os indivíduos tem uma audiência que eles podem estrategicamente mantê-la através de comunicação contínua e interação, utilizadas até mesmo por as celebridades tradicionais e pessoas públicas.

·  TychoBrahe: Honestly, I have no idea who reads them. Hopefully a very small group of very forgiving people!   

(Honestamente, eu não tenho ideia de quem os ler. Espero um grupo muito pequeno de pessoas muito perdoativas)  

Há também o caso daqueles que reconhecem a sua atual audiência, mas não as veem como uma audiência intencional.  Nesta situação é citado o exemplo de Jason Goldman um empregado do Twitter que diz não pensar em audiência, mas às vezes pensa em sua namorada, colegas de trabalho e na sua mãe. Para ele, se pensasse em audiência antes de twitar seu tweets não se mostrariam verdadeiros. 
As autoras concluem este subtópico lembrando que a variedade de audiências imaginárias deriva das diversas maneiras em que o Twitter é utilizado. Seja como meio de transmissão, diário, canal de marketing, plataforma social ou fonte de notícias. Trata-se de uma audiência de concepção abstrata e variada entre os usuários do Twitter em parte porque é muito difícil verificar quem está ali.

Tópico 4 – Navegando em Audiências Múltiplas:

Como muitos sites de redes sociais, o Twitter nivela várias audiências em uma - um fenômeno conhecido como "colapso de contexto". A exigência de apresentação de uma identidade singular verificável torna impossível diferir estratégias de auto-apresentação, criando tensão à medida que diversos grupos de pessoas migram para sites de redes sociais (Boyd, 2008). As configurações de privacidade por si sós não resolvem isso, mesmo com contas privadas que apenas certas pessoas podem ler, os participantes têm que lidar com grupos de pessoas que normalmente não reúnem, como conhecidos, amigos, colegas de trabalho e familiares. Para navegar por essas tensões, os usuários do site de redes sociais adotam uma variedade de táticas, como o uso de várias contas, pseudônimos e apelidos, e criam os ‘fakesters’ para encobrir suas identidades reais (Marwick, 2005). As grandes audiências para sites como o Facebook ou MySpace podem criar um efeito de menor denominador comum, como indivíduos só postarem coisas que eles acham que o

mais amplo grupo de conhecidos verá como não-ofensivas. Da mesma forma, os usuários do twitter gerenciam estrategicamente audiências múltiplas e sobrepostas, escondendo informações, dirigindo os tweets para diferentes públicos e tentando retratar tanto um self autêntico quanto uma personalidade interessante.


4.1 – A Necessidade de Navegar - As autoras questionam por que os usuários precisam navegar em multiplicidade e recorrem a Erving Goffman (1959) em seu trabalho seminal “A apresentação do self na vida cotidiana” para buscar uma resposta. Goffman conceituou a identidade como uma performance contínua, que em alguns momentos lança mão de algumas estratégias de palco e em outros aciona dinâmicas de bastidores. Nesta perspectiva, seríamos todos atores, adaptando nossa auto-apresentação com base no contexto e na plateia. É como se as estratégias de palco estivessem associadas ao self público e as de bastidores, ao self privado, pois – de acordo com as autoras – é nos bastidores que as conversas mais sinceras acontecem.
 O trabalho de Goffman é freqüentemente classificado como interacionismo simbólico, uma perspectiva sociológica que sustenta que o significado é construído através da interação, linguagem e interpretação (Blumer, 1962; Strauss, 1993). O Interacionismo Simbólico afirma que a identidade e o self são constituídos através de interações constantes com os outros -principalmente conversas. Em outras palavras, a auto-apresentação é colaborativa. Indivíduos trabalham juntos para defender  auto-imagens preferenciais de si mesmos e seus parceiros de conversação, através de estratégias como a manutenção (ou 'salvamento') da imagem (face),  incentivando coletivamente as normas sociais, ou negociando os diferenciais de poder e divergências.
No cenário de hoje saturado de mídia, políticos e celebridades usam 'polissemia' ou comunicação codificada, apelando simultaneamente para diferentes públicos, mesmo de oposição (Albertson, 2006; Fiske, 1989). A imagem inicial de Madonna exemplifica a polissemia. Ela foi interpretada de forma diferente por mulheres jovens, que responderam as mensagens feministas dela; e homens jovens, que responderam a sua persona sexy (Fiske, 1989). Da mesma forma, George W. Bush espalhou referências codificadas de hinos, versículos bíblicos e cultura evangélica em seus discursos para apelar à sua base sem alienar os outros (Albertson, 2006).

4.2 – Equilibrando as Expectativas da Audiência – Para as pesquisadoras, o público imaginado afeta a forma como as pessoas twittam. Pessoas com poucos seguidores, que utilizam o site por outros motivos que não a auto-promoção, em geral, vêem o Twitter como um espaço pessoal onde spam, publicidade e marketing são bem-vindos. Seguindo o paradigma do Interacionismo Simbólico, a identidade no Twitter é construída através de conversas com os outros. Os tweets são formulados parcialmente  com base em um contexto social construído a partir dos tweets de pessoas que se segue. Os participantes devem manter o equilíbrio entre uma norma social contextual de autenticidade pessoal que incentiva a partilha de informação e a comunicação fática (a tão citada ‘o que eu tomei no café da manhã’, por exemplo) com a necessidade de manter as informações privadas, ou pelo menos escondidas de certos públicos. A tensão entre revelar e esconder geralmente erra no lado de esconder no Twitter, mas até mesmo usuários que não postam nada escandaloso devem formular tweets e escolher os temas de discussão com base em julgamento público imaginário. Essa consciência implica no desempenho de uma identidade de palco em curso que equilibra o desejo de manter impressões positivas com a necessidade de parecer verdadeiro ou autêntico com os outros.


4.3 – Auto-censura – De acordo com Marwick e Boyd, as preocupações com o trabalho influenciaram tanto o que as pessoas twittaram  quanto o que elas auto-censuraram. Por exemplo, uma freelancer disse: "Eu sempre mantenho meus clientes em mente. Quero transmitir inteligência e profissionalismo e diversidade - Eu quero ser vista como interessada em um monte de coisas." Ela poderia apresentar-se contra o contexto social de um público imaginado de outros profissionais. Participantes do twitter mantêm uma persona pública para gerenciar as impressões com potenciais leitores. O ‘colapso de contexto’ cria um público que muitas vezes é imaginado como seus membros mais sensíveis: pais, parceiros e chefes. Este “leitor pesadelo” é o oposto do “leitor ideal” e pode limitar o discurso pessoal no Twitter, uma vez que a filosofia de compartilhamento do menor denominador comum  limita os usuários aos tópicos que são seguros para todos os leitores possíveis. Enquanto as pessoas falam sobre temas polêmicos no Twitter, os entrevistados para este estudo mostraram que alguns são

mais propensos a evitar temas pessoais que implicam uma verdadeira intimidade e conexão entre os seguidores. Em vez disso, eles podem moldar o Twitter como um lugar onde as normas mais rígidas são aplicáveis.



4.4 – Equlíbrio – As autoras mostram, através dos depoimentos com participantes do Twitter, que alcançar o equilíbrio nas redes sociais é complicado. Para tentar manter a atenção dos seguidores, alguns dos participantes utilizam técnicas da comunicação polissêmica e codificada para gerenciamento de imagem de especialistas. Micro-celebridade,  uma prática   aprendida e apoiada pela infra-estrutura das mídias sociais, pode criar tensão. O modelo de amizade dirigida do Twitter substitui 'amigos' por seguidores e exibe o número de seguidores na página do Twitter de cada pessoa, criando um status social de métrica quantificável. Práticas de Micro-celebridades como interagir diretamente com os seguidores, apelando para vários públicos, criando uma afável marca e partilha de informação pessoal são recompensadas ​​e, conseqüentemente, encorajadas, na Cultura do Twitter. A capacidade de atrair e direcionar atenção torna-se um símbolo de status.

Ao mesmo tempo, a prática de micro-celebridade  pode ser vista como não autêntica. 


Tópico 5 – Da Difusão à Rede:
O Twitter é um exemplo de tecnologia com um público em rede. Audiências da mídia são sempre imaginárias, se existirem na mente do escritor ou como os alvos demográficos de uma sitcom. Mas, enquanto Fiske (1989) argumenta que o público da difusão é uma ficção para servir as necessidades das instituições de mídia, a audiência do escritor  serve ao escritor. Estes dois modelos de público ajudam a contextualizar a audiência em rede e seu impacto sobre o comportamento social online.  A mídia em rede traz as mudanças que Meyrowitz (1985) descreveu para as interações interpessoais. Em sites como Twitter e Facebook, os contextos sociais que se costumava imaginar como separados co-existem como as partes da rede. As pessoas aprendem como gerenciar as tensões entre o ‘público’ e o ‘privado’, o ‘de casa’ e o ‘estrangeiro’, e as performances ‘no palco’ e ‘nos bastidores’. Eles aprendem práticas de micro-celebridade que podem ser usadas para manter o interesse público. Mas, o Twitter faz com que alguns conflitos inerentes fiquem visíveis. Por um lado, o Twitter é visto como um espaço autêntico de interação pessoal. Por outro, as preocupações com normas sociais contra o "oversharing” e com a privacidade significam que informações consideradas muito pessoais podem ser retiradas das interações potenciais. Da mesma forma, o desejo de ter 'fãs' ou uma "marca pessoal" conflita com o desejo de pura auto-expressão e íntimas ligações com os outros. Desta forma, fica claro que ao combinar interações públicas e interpessoais, o público em rede cria novas oportunidades de conexão, mas também, novas tensões e conflitos.


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