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Por Gilberto Coelho e André Neves
Sobre as autoras:
JUDITH DONATH é presidente do Media Lab’s Sociable Media Group, onde são
explorados os lados sociais da informática, a construção de interfaces
inovadoras para as comunidades online, identidades virtuais mediadas por
computador e ascolaborações que surgiram
com a convergência da computação e comunicação. Ela recebeu o mestrado e doutorado em media arts e
sciencs pelo Mit. Ela já atuou como designer e construtora de softwares
educacionais e meios experimentais.
DANAH
BOYD é
uma estudante do Pós Doutorado em
Gestão da Informação na Universidade de
Berkeley. Seu objeto de estudo é o
Friendster e blogs para entender como as pessoas negociam sua auto-apresentação para um público desconhecido.
Danah
Boyd já estudou Ciências da Computação na Universidade de Brown e Mídias
Sociais no MIT
Media Lab.
Objetivos
do capítulo: O objetivo do capítulo é abordar o real motivo
pelo qual as pessoas se propõem a criar perfis em sites de relacionamento
tornando pública a sua imagem. Através desta, é possível constituir uma série
de conexões que vão de contatos profissionais a relações sentimentais. Debate-se
ainda a percepção que as pessoas possuem acerca da identidade do outro na
esfera público-digital e quais as implicações e diferenças nas relações
construídas através dos meios tradicionais.
Argumentação
Central: Os sites de redes sociais tem como principal objetivo conectar pessoas
e estabelecer relações com base nos interesses de cada um. Parte-se do
princípio de que existe uma necessidade humana de cada vez mais expandir suas
conexões, e que os sites de redes sociais se encaixam perfeitamente nesse
cenário devido a sua facilidade de construir tal relações. Diante desse novo
fator, é possível observar uma nova maneira de se relacionar com o próximo, uma
vez que existem novas plataformas para se comunicar e interagir.
É
importante lembrar que cada site de rede social possui uma maneira específica
para a construção e criação de um perfil, o que torna cada plataforma única e
com objetivos e funções diferenciados.
Tópico 1 – O que as demonstrações públicas dizem: Existem
diversas maneiras para se expressar suas conexões no mundo real. Elas podem ser
expressas a partir de status social, gostos musicais, ideologias, ramo de
atividades, hobbys e etc. Tais ações quando expostas podem dar indícios da
personalidade da pessoa, uma vez que servem para que o indivíduo se posicione
na sociedade. A própria autora diz que essas manifestações
têm diversas finalidades, como por exemplo, citar o nome de alguma
personalidade para impressionar o ouvinte e passar a impressão de que o orador
é também alguém importante.
Esses
elementos são de extrema importância para que sejam selecionados com quais
pessoas queremos e desejamos nos relacionar. Para isso, é possível analisar as
conexões sob a ótica da “Singnalling Theory”. Nessa teoria, é feita uma relação
direta entre sinal x qualidade subjacente que representa.
Procuramos
nos indivíduos uma série de qualidades que sejam compatíveis com nossa
personalidade. Todavia, perceber essas qualidades em um curto espaço de tempo
não é fácil. Por isso, é de extrema importância estar atento aos sinais que a
mesma transmite.
No âmbito
digital, onde as interações não acontecem de maneira repetida como na vida
real, os receptores devem confiar nos sinais. No ciberespaço, uma opinião de um
indivíduo acerca de outro, pode se espalhar através de uma comunidade e com
isso fazer com que o “outro” encontre dificuldades de interação. Nas redes
sociais, esse é um conceito que permite a cooperação através de uma estrutura
de manutenção da reputação.
Tópico 2 - Expor
conexões para verificar identidade pessoal e assegurar co-operação: A autora apresenta duas
formas de se fazer uma previsão acerca de uma exibição pública:
-
Uma vez que as conexões são ligadas a um perfil confiável, isto sugere que a auto-apresentação
é honesta.
-
Desde que a o perfil faça alguma conexão, o que significa torná-la pública,
isto deve garantir o comportamento co-operativo.
Mesmo
assim, é fator crucial saber identificar a identidade, uma vez que é muito
comum no mundo virtual a utilização de perfis fakes. Diferente do mundo real,
onde a identidade é composta também por um corpo. No âmbito virtual, a
identidade é mutável, onde se é possível criar pseudônimos e manipular imagens
e informações, podendo assim agir livremente.
Em
situações, tais como jogar online, a facilidade de criação de personagens
imaginários e pseudônimos é plenamente aceitável. Porém, em muitas situações
como apoio, troca de bens e serviços, encontrar amigos e procurar empregados,
não é. Assim, o custo de ser enganado pode ser relativamente alto, e vale a
pena assumir e demandar custos maiores de forma poder confiar na identidade
alheia.
Tópico 3 –
Formação de conexões e combinando contextos: Os sites de redes sociais tem
como principal objetivo ajudar os indivíduos a fazer novas conexões. Parte-se do
pressuposto de que existe um contato anterior no mundo real, ou simplesmente
ter conexões em comum. Essa é uma situação normal, uma vez que no mundo real ao
conhecer um novo indivíduo, busca-se estabelecer contatos em comum.
Uma boa razão para se formar conexões são os focos de interesse. As
pessoas buscam se conectar a outras que possuem interesses, amigos e
experiências em comum para que assim seja possível formar uma rede de conexões.
A busca de conexões através de um foco de interesse acaba por muitas vezes
limitar as conexões do indivíduo.
Além de interesses, experiências e objetivos em comum, pessoas também
podem vir a se tornar um foco de interesse.
Tópico 4 – A expansão da rede: O
objetivo das redes sociais é expandir seus contatos. Conhecer novas pessoas,
obter novas oportunidades e formar novas conexões de uma maneira mais prática e
simples do que no mundo real. O indivíduo com o qual a pessoa se deseja
conectar está a simplesmente um clique de distância.
Uma grande
rede de amigos no mundo real pode sair bastante caro, uma vez que
necessitaríamos nos conectar através de redes telefônicas e encontros
esporádicos, além do fato de que seria impossível manter contato com todos os
amigos de maneira simultânea. Todavia, no mundo virtual, com apenas um email
pode-se resolver essa questão e se conectar a todos os amigos ao mesmo tempo.
A
construção de laços e redes pode variar de cultura para cultura, e de pessoa
para pessoa. Em muitos lugares, a rede pessoal é essencial na vida diária.
Porém, para a construção desses laços é necessário uma série de fatores como o
contexto em que se formaram, a frequência de contato e a proximidade da
relação.
Tópico 5 – A evolução dos sites de redes
sociais/Conclusão: Os sites de redes sociais continuam crescendo de
maneira acentuada e tudo indica que essa tendência continuará pelos próximos
anos. A grande maioria desses sites já recebem investimentos significativos.
Porém, há
também indícios que de os sites de redes sociais possam vir a ser apenas uma
mania recente. Os comportamentos são bastante semelhantes na maioria dos sites
de redes sociais, partindo do pressuposto de que todas elas tem um ciclo de
vida bastante parecido e o objetivo dos indivíduos, na grande maioria dos casos
é acumular um grande número de amigos ou seguidores.
Esse
fenômeno aconteceu em sites como o Friendster, Orkut e outros, e tudo indica
que continuará acontecendo.
Por fim,
fica a questão se os sites de redes sociais podem não vir ser uma completa
revolução na forma de se viver e interagir em sociedade ou será que teremos que
nos acostumar essa nova realidade.
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